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Entrevista | Desde a ditadura militar não tínhamos um governo tão perverso, afirma Paulo Eccel

Por: Marcos Schettini
19/07/2021 16:13
Divulgação

Ex-prefeito de Brusque, com mandato marcado pela reconstrução municipal e questionamentos eleitorais, Paulo Eccel concedeu entrevista ao jornalista Marcos Schettini e deu um panorama da política nacional, apontando as perseguições do Governo Bolsonaro, na qual ele taxa como o mais perverso após o período da ditadura militar.

Importante liderança do Partido dos Trabalhadores em Santa Catarina, o ex-deputado estadual falou sobre Lula da Silva e afirmou que, caso ele seja eleito, irá assumir porque “é habilidoso na arte de construir consensos”. Na exclusiva, ainda comentou sobre os demais governos de esquerda no mundo e da possibilidade de disputar as eleições em 2022. Confira:


Marcos Schettini: O PT tem Lula da Silva voltando à discussão, mas não fez o que se chama de mea-culpa. Por quê?

Paulo Eccel: Os processos avaliativos internos são permanentes no Partido dos Trabalhadores, mas a avaliação externa fica por conta da sociedade e, acima de tudo, dos eleitores e eleitoras. Neste momento, estas avaliações, representadas pelas pesquisas de todos os institutos, mostram que a maioria quer a volta de Lula/PT.


Schettini: Qual é o PT de hoje em relação àquele que sofreu o impeachment?

Paulo Eccel: É um partido que vê confirmado que as políticas públicas que implantou, durante os governos por ele liderados, representaram melhoria e dignidade na vida da população. Que o fruto do desmonte daquelas políticas pelos governos que o sucederam se vê, principalmente, no desemprego de milhões, no desalento de outros tantos, mas especialmente no retorno do país ao mapa da fome.

Schettini: Por que o Brasil vive o Fla-Flu político? Quando isso vai ter fim?

Paulo Eccel: Penso que os governos do PT procuraram incluir todos os setores da sociedade e respeitaram as diferentes matrizes ideológicas. A perseguição e o ódio à esquerda e aos pensamentos diferentes é o combustível do grupo que hoje comanda nosso país.


Schettini: O PT fala que os bolsonaristas são movidos a ódio. O teu partido também não é assim?

Paulo Eccel: Na minha opinião, o PT é vítima desse ódio. Cabe aos governantes, assim que assumem os mandatos outorgados pelos eleitores, buscarem unir e pacificar o território em que atuam. Desde os tempos da ditadura militar, não tínhamos mais visto um governo tão perverso como o atual, que persegue diferentes, minorias e propaga o ódio à esquerda.


Schettini: Defina ódio e tolerância dentro do PT e no bolsonarismo. Qual é mais radical?

Paulo Eccel: Pegue os índices em qualquer área, sejam relacionados ao desenvolvimento econômico, moradia, saúde, educação, cultura, enfim e veja em qual período da história mais evoluíram. Não tenho dúvidas que a resposta será os relacionados aos governos do PT, tempo em que indicadores demonstravam que o brasileiro era o povo mais feliz do planeta. Hoje, só tristeza, desencanto, desalento, desesperança. Apenas para dar um simples exemplo, olhe como o atual presidente da República trata os jornalistas. O destempero do líder faz escola entre os seus, que seguem reproduzindo as grosserias país afora.


Schettini: Se Lula da Silva vencer o pleito, ele assume?

Paulo Eccel: Assume e pacifica o país. Lula é habilidoso na arte de construir consensos.


Schettini: Cuba vive uma ditadura de quase 60 anos e o PT nunca rebateu. Por quê?

Paulo Eccel: Porque o PT respeita o princípio da autodeterminação dos povos.


Schettini: Qual a diferença da ditadura militar no Brasil daquelas vivida em Cuba, Coreia do Norte, China ou Venezuela?

Paulo Eccel: Vivi, no despertar de minha juventude, o fim da ditadura no Brasil, a volta das liberdades e todo um belo movimento de reorganização da sociedade que havia sido silenciada e enganada pelos militares e elite econômica, ante o amordaçamento da imprensa e a perseguição dos que pensavam diferente. Quando se analisa a história de cada um dos países mencionados, fica evidente que o regime que cada um adotou ou adota visa proteger ou se proteger de interesses econômicos.


Schettini: O Sr. foi prefeito de Brusque. O que fez pelo cidadão?

Paulo Eccel: Assumi a prefeitura logo após as tragédias climáticas de 2008, com a cidade em declarada situação de calamidade pública. Conclamei todos a se unirem na reconstrução e conseguimos. Depois desta etapa, o serviço público foi reestruturado e ações importantes foram desenvolvidas na implantação de redes de galerias pluviais, construção de moradias, parques e praças, além de escolas e unidades de saúde. Procuramos implantar a cultura da democracia e participação, o que levou milhares a se envolverem nas decisões sobre a aplicação dos recursos públicos. E não descuidamos do lazer, turismo e cultura. Durante todo o percurso, os índices de aceitação do governo foram fantásticos.


Schettini: Na eleição de 2022, onde o Sr. entra?

Paulo Eccel: Amo a política e estarei na posição que melhor puder ser útil à nossa população e ao nosso Estado.


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